O grupo tribal representando a comunidade cristã Kuki-Zo no estado nordeste indiano de Manipur está se preparando para realizar um enterro em massa das vítimas mortas na contínua violência étnica, uma decisão que acendeu novas tensões e mais violência.
Nesse sentido, o Fórum de Líderes Tribais Indígenas havia anunciado anteriormente que o enterro em massa ocorreria em 3 de agosto, mas foi adiado a pedido do ministro do Interior da Índia, Amit Shah, disse um líder tribal, acrescentando que os preparativos estavam em andamento, mas a data exata do enterro ainda não havia sido anunciada.
Assim, o anúncio anterior acendeu novas tensões e violência, já que o local proposto estava localizado em uma “zona de buffer” entre o distrito de Bishnupur, dominado pelos hindus Meitei, e o distrito de Churachandpur, onde residem os cristãos Kuki-Zo. O Tribunal Superior de Manipur também emitiu uma ordem contra o enterro planejado.
Desse modo, após um pedido do Ministério de Assuntos Internos e a intervenção do Chefe de Ministros Zoramthanga do estado vizinho de Mizoram, o Fórum de Líderes Tribais Indígenas decidiu adiar o enterro em massa, diminuindo a possibilidade de um novo confronto entre as comunidades Kuki e Meitei.
De acordo com The Christian Post, a violência étnica em curso em Manipur desde 3 de maio deixou pelo menos 150 mortos, mais de 300 feridos, milhares de casas e igrejas destruídas e mais de 50.000 pessoas deslocadas. Pelo menos 87 corpos estão sem identificação em hospitais em Imphal e Churachandpur.
Por fim, líderes tribais de Manipur recentemente viajaram para Delhi para se reunir com o Ministro do Interior da União, Amit Shah. Após a reunião, eles anunciaram que um local alternativo seria definido para o enterro dos corpos pertencentes à comunidade Kuki-Zo, que foram vítimas da violência étnica.